Novo clube taiwanês tem felicidade no nome e no espírito
Em 2014, quando Roger Chin-Wei Tung foi incumbido de fundar um Rotary Club voltado a um público mais jovem, ele decidiu que o ideal do clube deveria fazer parte do seu nome. “Três clubes estavam sendo fundados no nosso distrito”, conta Tung, que na época era associado do Rotary Club de Lin Kou. “Um escolheu o nome 'Elite’, e o outro, 'Excelente’. Eu escolhi ‘Felicidade’ (happiness). Queria que o nosso clube fosse um lugar feliz, onde as pessoas pudessem formar amizades duradouras e construir uma conexão espiritual por meio do serviço comunitário.”
Em 2009, quando começou a participar das reuniões do clube de Lin Kou, em New Taipei City, Tung notou o impacto que a associação ao Rotary causa no bem-estar pessoal. A princípio, ele comparecia às reuniões por obrigação, em sinal de agradecimento às famílias rotárias que apoiavam um programa imersivo dirigido por ele. “Com o tempo, percebi que havia encontrado uma família com a qual eu tinha afinidade, e logo fiquei viciado no Rotary. O nosso senso de felicidade aumenta quando fazemos amizade com pessoas que têm valores e interesses semelhantes aos nossos.”
A inspiração para o nome do clube veio da palavra formosa, dada à ilha pelos exploradores portugueses no século XVI, e do crescente movimento de Taiwan para promover uma cultura de felicidade e bem-estar. Em 2013, incentivadas pelo governo, cerca de 1.600 empresas taiwanesas assinaram uma declaração para aumentar o nível de felicidade no local de trabalho e abordar a insatisfação pública com as condições trabalhistas.
Ryan Yu-Tsung Chiang (de camiseta vermelha), presidente do Rotary Club de Formosa Happiness, passeia em um parque com outros associados do seu clube. O presidente fundador do clube, Roger Chin-Wei Tung (atrás, ao centro), quis que o clube fosse um lugar onde os associados encontrassem felicidade por meio de amizades construídas em torno da prestação de serviços.
Foto: An Rong Xu
“Embora a produtividade e a competitividade sejam importantes, muitas empresas acabaram percebendo que funcionários felizes têm melhor desempenho”, explica Tung, que foi o presidente fundador do clube. “Chegamos à mesma conclusão no Rotary: associados felizes criam clubes mais fortes. Como nosso sucesso será medido pela felicidade dos associados, criamos um termo para isso: happi-tivity, juntando as palavras happiness e activity.”
O slogan do clube traduz este espírito: crie uma cidade feliz, forme conexões internacionais por meio do servir, inspire a geração mais jovem e desperte a paixão pelo Rotary.
Essa filosofia continua moldando o clube sob a atual presidência de Ryan Yu-Tsung Chiang, rotariano de segunda geração que trabalha no setor de assistência médica prolongada. Desde que assumiu o cargo, em julho, Chiang enfatizou uma abordagem para atividades e serviços centrada na família.
A maioria dos 56 associados são profissionais que trabalham com famílias e crianças, portanto, eles planejam eventos sociais e projetos com um forte enfoque na família. “Os associados e suas famílias são incentivados a participar juntos”, acrescenta ele. “Quando os cônjuges se reúnem e colaboram em projetos, seus interesses compartilhados fortalecem os laços e a felicidade se multiplica.”
Durante as férias escolares, por exemplo, o clube organiza partidas de beisebol ou viagens de dois dias ao Sun Moon Lake — atividades que atraem os associados e suas famílias. No outono do hemisfério norte, um dos programas mais importantes do clube, o Children of Happiness, oferece aulas particulares e acompanhamento após o horário escolar para alunos de famílias carentes.
Todos os anos, o clube aloca cerca de 30% do seu orçamento para eventos sociais, e 40% para serviços comunitários. Chiang combinou as categorias, integrando diversão e serviço para fortalecer a participação e camaradagem.
Crie seu clube
Se estiver pensando em fundar um clube, comece analisando os tipos de clubes do distrito, as experiências que não estão sendo oferecidas por eles e quais públicos não estão representados no quadro associativo local. Se preferir, simplesmente crie o seu clube ideal: que se reúna com menos frequência, que seja mais acessível, que preste serviços com mais frequência, que valorize a diversão ou que ofereça oportunidades de crescimento. Em seguida, encontre pessoas que tenham interesse em fazer parte de grupos com estas características.
Para isso, concentre-se em:
- Comunidades com necessidades que sejam do conhecimento público
- Grupos de pessoas e profissões não representados nos clubes da região
- Alumni do Rotary (aqueles que participaram do RYLA, Intercâmbio de Jovens, equipes de formação profissional, bolsas de estudos etc.)
- Jovens adultos, mulheres e pessoas de grupos étnicos minoritários ou outros grupos sub-representados
Para mais informações sobre como fundar um clube, conectar-se com associados potenciais e fazer com que os novos associados se sintam acolhidos, visite rotary.org/membership.
Essa abordagem centrada na família dobrou, ou até mesmo triplicou a participação. “Temos mais de 100 participantes por evento”, menciona Chiang. “Quando as famílias estão dispostas a participar, elas criam um incentivo para que os associados se envolvam nos projetos do clube.”
Os associados e os membros das suas famílias estão formando conexões significativas. “Nossos filhos se tornam amigos e isso contribui à expansão da nossa rede”, diz Chiang. “Quando um associado não pode participar de um evento, não é raro que o cônjuge venha em seu lugar.”
O programa do clube de reforço escolar é administrado principalmente pelos cônjuges e filhos dos associados. A esposa de Chiang preside o programa, e seus filhos atuam voluntariamente como professores particulares. “Numa época em que a nossa sociedade enfrenta uma epidemia de solidão”, diz Chiang, “estamos viabilizando conexões e felicidade, não apenas para os associados, mas também para as suas famílias. Isto é feito em várias camadas.”
O clube patrocinou a equipe de basquete das Olimpíadas Especiais de Taiwan por vários anos, cobrindo as despesas de viagem para competições internacionais, comprando uniformes e suprimentos e organizando jogos com membros da comunidade. “Por meio do esporte, esses jovens atletas ganham confiança e propósito na vida”, festeja Chiang. “Quando voltam com medalhas, nós os recebemos como verdadeiros heróis. É muito gratificante ver a felicidade estampada nos rostos deles.”
Chiang também usa atividades voltadas para a família para atrair possíveis associados, especialmente casais jovens que muitas vezes enfrentam a dificuldade de equilibrar compromissos familiares e cívicos. “Somos o clube perfeito! Facilitamos o trabalho voluntário de forma que eles não precisem sacrificar o tempo com a família.”
Por exemplo, em 8 de agosto — Dia dos Pais em Taiwan — o clube organizou uma atividade para fazer cupcakes que atraiu dezenas de pessoas de fora do Rotary graças, em parte, a um influenciador local de mídias sociais. “Mantemos contato com os pais que manifestaram interesse no Rotary”, informa Chiang. “Se houver um forte interesse por parte da pessoa, nós a convidamos imediatamente para se associar ao nosso clube.”
Essa abordagem está dando dividendos: Chiang já atingiu sua meta de aumento de 10% no número de associados este ano. E o Rotary Club de Formosa Happiness está se preparando para formar outro clube — que será chamado de Formosa Harmony — dedicado aos mesmos ideais de serviço, comunidade e alegria.
“A prestação de serviços aumenta o nível de felicidade”, afirma Chiang. “Retribuir enquanto temos condições traz uma grande realização espiritual. E quando você envolve a sua família nesta retribuição, a satisfação interior é imensa.”
Artigo originalmente publicado na edição de junho de 2025 da revista Rotary.