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Belo filme sobre um sobrevivente da pólio

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'Uma razão para viver' conta a vida do britânico Robin Cavendish, que contraiu o vírus da pólio no Quênia em 1958

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Conforme o Rotary se preparava para celebrar o Dia Mundial de Combate à Pólio, em 24 de outubro, uma película mostrando o impacto devastador da pólio estreava nas salas de cinema.

Andrew Garfield e Claire Foy são os protagonistas de “Uma Razão para Viver”, sobre a experiência do britânico e sobrevivente da pólio Robin Cavendish, que em 1958 contraiu o vírus no Quênia. 

Aos 28 anos de idade, Robin ficou paralítico do pescoço para baixo. Confinado a uma cama de hospital e sobrevivendo graças a um respirador, ele foi informado que teria somente alguns meses de vida. 

Em vez de se entregar, ele optou pela ajuda da esposa Diana, que com muita determinação contribuiu para que Robin deixasse o hospital e dedicasse o resto da sua vida à defesa de deficientes físicos. Ele também popularizou o uso de uma nova cadeira de rodas com respirador embutido.

Muita gente na época jamais tinha visto alguém com aquele grau de deficiência. Todos tinham pavor da pólio. Lembro de pessoas gritando conosco, dizendo que o meu pai deveria estar dentro de um hospital em vez de circulando pelas ruas numa cadeira de rodas. 


O Rotary está trabalhando com o produtor do filme e filho de Robin e Diana, Jonathan Cavendish, para promover o trabalho da organização na erradicação da paralisia infantil.

Em palestra durante a première europeia do filme em Londres, Jonathan disse que Uma Razão para Viver “talvez tenha sido o mais caro filme caseiro da história”.

“A mensagem principal do filme é que você é capaz de tudo se tiver as pessoas certas ao seu lado”, ressaltou. “Se você confiar e se jogar de corpo e alma no relacionamento com outra pessoa, sua vida pode ser melhor e mais colorida.”

Jonathan esteve com Eve Conway, vice-chair do comitê europeu da campanha rotária Elimine a Pólio Agora: Entre para a História Hoje, durante uma sessão de perguntas e respostas realizada após a exibição do filme na Leicester Square, por ocasião do Festival de Cinema de Londres.

“Nos anos 60, vivíamos amedrontados pelo desconhecido”, lembrou Jonathan. 

“Muita gente na época jamais tinha visto alguém com aquele grau de deficiência. Todos tinham pavor da pólio. Lembro de pessoas gritando conosco, dizendo que o meu pai deveria estar dentro de um hospital em vez de circulando pelas ruas numa cadeira de rodas. Dá para imaginar o que é isso?" 

“Apesar de tudo, meu pai era muito bacana e charmoso, com o talento de inspirar os outros. O filme mostra isso bem. Ele queria que todo mundo ficasse à vontade e incentivava outros deficientes a tomar coragem para deixar o hospital.”

Desde 1994, ano em que Robin Cavendish faleceu, os casos de pólio caíram drasticamente. Graças ao trabalho do Rotary e dos seus parceiros na Iniciativa Global de Erradicação da Pólio, hoje há pouquíssimos casos da doença no mundo. 

No tapete vermelho durante a première organizada pelo Instituto Britânico de Cinema, Diana Cavendish, agora com 83 anos de idade, disse: “Eu decidi adotar um certo distanciamento enquanto assistia ao filme, para me sentir como alguém de fora da história. Meu neto inclusive sugeriu que eu fingisse ser outra pessoa. No fim, eu achei o filme muito bom. 

“Acontecia de muitos deficientes, assim como o Robin, terem que ouvir que o lugar deles era no hospital. Não fosse pelo professor Teddy Hall e sua cadeira de rodas revolucionária, nós teríamos ficado confinados às quatro paredes de um quarto de hospital.”

A ganhadora do Globo de Ouro, Claire Foy, que fez o papel de Diana Cavendish, a descreveu como alguém que tem os pés no chão e sem um pingo de altivez. “A Diana me impressionou desde que a conheci”, declarou Foy. 

“Ela é extraordinária, cheia de vida e bravura, e nutriu um grande amor pelo marido. Tudo que ela fez foi incomum, e me sinto muito feliz que a história da qual ela faz parte tenha virado filme.”

Esta história de um amor sem limites foi dirigida por Andy Serkis e escrita por William Nicholson.

“Robin e Diana faziam um casal fenomenal”, afirmou Serkis. “Espíritos livres, eles não fizeram o esperado. Quebraram barreiras e se recusaram a esperar a morte no leito de um hospital. 

“A história contada no filme mostra os riscos que o casal correu, e a alegria que tiveram com o resultado das suas ações, que inspiraram milhões de pessoas. Isso tudo é extraordinário.”

A tônica deste filme é a celebração de positivismo, bravura e possibilidades, temas adorados pelo candidato ao Oscar Garfield, que faz o papel de Robin Cavendish.

Robin Cavendish lutou pelo valor da vida. Lutou para que a vida tivesse sabor e riqueza, e não fosse apenas sobrevivência.


“Robin Cavendish lutou pelo valor da vida. Lutou para que a vida tivesse sabor e riqueza, e não fosse apenas sobrevivência.

“Eles encontraram alegria em meio ao sofrimento, e isso é uma grande inspiração para todos nós”, disse Garfield. 

“A história deles foi um modelo de vida, de como viver com mais brilho, mesmo que com limitações. Eles encararam de frente a incerteza do destino que nos premia com circunstâncias boas e más, que decidem nosso futuro.” 

 

No Dia Mundial de Combate à Pólio, em 24 de outubro, o Rotary mostrou mensagens de Andrew Garfield, Claire Foy e Andy Serkis sobre o trabalho da organização para acabar com a pólio.

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