O caminho para o impacto
A mudança de longo prazo exige uma estratégia que vai além de fornecer livros, computadores ou vacinas
Seu clube quer instalar um bloco de latrinas numa escola ou fornecer computadores e livros para as salas de aula. Ótimo, mas por quê?
Usar os “componentes do impacto” na elaboração de projetos ajuda a responder a esta pergunta. Trata-se de uma maneira de visualizar a estratégia do projeto — que é o caminho para alcançar seu objetivo, também conhecido como teoria da mudança.
Faça as perguntas certas
Barb sugere duas séries de perguntas para aplicar os componentes do impacto no seu projeto:
Os “cinco porquês”
“Se você perguntar o ‘por quê’ repetidas vezes, as coisas começam a se encaixar nos componentes a que pertencem”, aconselha ela.
Perguntas Se = Então
“Se eu tivesse esses recursos, o que então eu poderia fazer? Se eu fizer essas coisas, o que então vai acontecer no curto prazo?”. “Em última análise, é como eu alcançarei o plano geral do projeto.”
“É comum pensar no que fazemos — uma doação de livros, por exemplo — como o objetivo principal, quando na verdade o que queremos é que as crianças aprendam a ler e se tornem adultos mais capazes e felizes”, diz Barb Spangler, do Rotary Club de Lakewood Ranch, nos EUA, e membro da Equipe de Consultores Técnicos da Fundação Rotária (Cadre). “A ideia é que as pessoas foquem mais no que realmente querem que aconteça.”
Os componentes do impacto também podem ser usados na ordem contrária. Talvez você já saiba o “porquê” de uma iniciativa — seu clube quer que todas as pessoas de uma região tenham acesso à água limpa, por exemplo. Mas como fazer isso? “O planejamento com os componentes do impacto é uma maneira de transformar metas ambiciosas de longo prazo em componentes de impacto para ver como o projeto aconteceria na prática”, explica Barb.
Depois de visualizar os componentes, você pode usá-los para determinar que tipo de dados são necessários para acompanhar o progresso do projeto. “Como saberemos que fizemos o que tínhamos em mente?”, pergunta Barb. Se as atividades não estiverem indo conforme planejado, use o que aprendeu para refinar sua estratégia e melhorar os próximos projetos.
Artigo originalmente publicado na edição de novembro de 2024 da revista Rotary.

Ilustração: Avalon Nuovo
Insumo
Financiamento, tempo, treinamento e materiais investidos em um projeto. Pense em insumo como sendo as matérias-primas — sementes, livros, computadores, vacinas, sessões de treinamento. “Essas são as coisas que você precisa para começar”, informa Barb. “Acontece que, durante um projeto financiado por subsídio, é comum as pessoas acharem que o insumo é a etapa final.”
Produto
As consequências imediatas das atividades realizadas. “Se trata do que construiremos com essas matérias-primas”, esclarece Barb. O produto pode ser o número de livros doados ou de computadores instalados numa biblioteca, a quantidade de vacinas distribuídas ou o número de agricultores treinados em agricultura sustentável.
Resultado
As consequências intermediárias das nossas ações, como mudanças de atitude ou comportamento na população-alvo. “Depois de colocar essas coisas em prática e executar o trabalho, precisamos ter uma visão um pouco mais longa”, diz Barb. Isso pode ser uma maior compreensão da leitura, mais vacinas administradas ou adoção de novas técnicas por parte dos agricultores no cultivo da sua plantação.
Impacto
As mudanças positivas e de longo prazo decorrentes das nossas ações, que são as melhorias mensuráveis que não teriam ocorrido de outra forma (sem o projeto), como aumento da taxa de alfabetização, ou redução da fome ou de doenças.