Nem terreno montanhoso e a guerra civil conseguiram diminuir a determinação dos Rotary Clubs do Sudão do Sul e dos EUA de levar água limpa a uma das áreas mais remotas deste país africano.
Os Rotary Clubs de Wausau, EUA, e de Juba, Sudão do Sul, estão realizando um projeto sustentável para fornecer água a cerca de 14.000 moradores de dez vilarejos na região montanhosa de Tennet Boma. Os dois clubes receberam um Subsídio Global de US$47.000 para escavar um poço artesiano e instalar bombas d'água movidas a energia solar, um reservatório com capacidade para 19.000 litros de água e de seis a dez torneiras.
Embora a maior parte dos conflitos ocorra junto às fronteiras, as regiões mais remotas sentem os efeitos da instabilidade econômica e da falta de assistência governamental, e são vítimas de doenças transmitidas pela água contaminada e da fome.
"A guerra civil debilitou a economia", diz John Kelly, rotariano dos EUA que durante anos viajou ao Sudão do Sul com a Willamette International, uma organização que presta atendimento médico e trabalha pela educação em comunidades rurais. "A guerra afetou a vida de todos - mesmo daqueles que não estão diretamente envolvidos nos conflitos."
O projeto enfrentou muitos obstáculos - tanto literais quanto figurativos. Há somente uma estrada que conecta os diversos vilarejos da região das Montanhas Lopit, e muitos moradores precisam caminhar três dias para chegar à comunidade desenvolvida mais próxima. É praticamente impossível levar materiais de construção e assistência durante a estação das chuvas, que ocorre de maio a outubro. Como o subsídio foi aprovado nesta época, os rotarianos tiveram que esperar as condições melhorarem para entregar o equipamento.
Outro desafio é chegar até os vilarejos durante os conflitos. Muitas áreas não permitem a entrada de agências assistenciais. Mathach Deng, do Rotary Club de Juba, conta que "os rebeldes bloquearam muitos pontos de entrada ao local do projeto, o que é um grande desafio".
Os associados do Rotary Club de Juba estão trabalhando com líderes de tribos locais com influência junto ao governo e forças rebeldes para conseguir autorização para entrar na região.
A ameaça constante de violência fez com que o primeiro empreiteiro contratado desistisse do trabalho, o que atrasou ainda mais o projeto. "Estamos trabalhando com outras ONGs e o governo para encontrar outro empreiteiro", diz Deng.
Apesar dos obstáculos, Kelly diz que eles não vão desistir.
"As comunidades confiam que iremos terminar o trabalho", explica Kelly. "Precisamos desenvolver relacionamentos, firmar contratos e trabalhar com outras organizações. Quanto mais informações tivermos, mais fácil será vencer os obstáculos."
O Sudão do Sul declarou sua independência em 2011, mas os conflitos violentos que se iniciaram em 2013 destruíram a esperança de prosperidade para o país. O conflito envolve as tribos de Dinka e Nuer, que lutam por posse de terras e recursos.
A guerra já causou a morte de dezenas de milhares de pessoas e deslocou cerca de 1,8 milhão de habitantes. Em 2 de fevereiro, as partes envolvidas no conflito assinaram o quarto acordo de paz; os três anteriores foram quebrados em pouco tempo.
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