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Nossos clubes

Quatro perguntas sobre avaliações da comunidade 

 

Mike Wittry, presidente do Rotary Club de Roatan, Honduras

1. Como seu clube se envolveu pela primeira vez com a comunidade de St. Helene?

O Distrito 5370, que inclui a área de Edmonton, no Canadá, já havia realizado projetos de áreas de recreação em Belize. Há cerca de seis anos, eles queriam construir duas destas áreas em Honduras, em comunidades onde você menos esperaria. Trabalhamos com eles como clube anfitrião para fazer com que as comunidades interessadas se inscrevessem, incluindo uma a cerca de 45 minutos de barco daqui, chamada St. Helene. Assim como em muitos vilarejos do mundo em desenvolvimento, lá não tinha água, eletricidade nem desenvolvimento econômico. O saneamento era precário, havia muitos problemas de saúde e uma escola sem livros e sem materiais para educar as crianças. Mas as pessoas de lá queriam uma área de recreação e tinham um pedaço de terra. 

Os rotarianos canadenses passaram cerca de duas semanas nessa ilha construindo a área e prometeram voltar e fazer mais. Então, pediram para nós, rotarianos locais, fazermos uma avaliação da comunidade a fim de conhecer as prioridades das pessoas da vila.

2. Você pode descrever como fizeram isso?

O primeiro passo foi uma reunião com a comunidade, que contou com uma boa participação de pessoas. Mas foi principalmente o conselho do vilarejo que falou nesse momento. Mães, pais e pessoas mais velhas da comunidade apenas se sentaram nos fundos e concordaram com a cabeça. Após isso, fizemos grupos de discussão bem menores, com 8 ou 10 pessoas, que não envolviam os líderes da comunidade. Isso foi muito interessante porque as pessoas nos diziam algumas coisas que estavam bem de acordo com o que o conselho da vila havia dito antes, além de também nos falarem sobre outras questões. Elas foram muito sinceras sobre as lutas que a comunidade está enfrentando e a falta de oportunidades para elas e seus filhos. 

Outro exercício realmente interessante foi o mapa da comunidade, feito pelos próprios moradores, após nosso pedido. Vimos que alguns aspectos são importantes para as pessoas de maneiras diferentes. A escola é importante para pessoas com filhos; o atendimento de saúde é importante para quase todos. É outra maneira de fazê-los falar sobre o que têm, o que não têm e do que precisam. 

O processo custou muito pouco — nossas despesas totais ficaram abaixo de US$600 — e valeu cada centavo.

3. O que você achou que a comunidade precisava antes de realizar a avaliação? O que descobriu?

Isso provavelmente se aplica a muitos contextos em desenvolvimento. Quando se entra em uma comunidade pobre, as pessoas de lá vão aceitar qualquer ajuda que você queira trazer. Elas não vão dizer "não" a um projeto. Mas isso não significa que o que considero ser a maior necessidade da comunidade seja o que eles mesmos consideram necessário. 

Entrei com a noção preconcebida de que faríamos um projeto na área de água, mas aprendemos muito com a avaliação da comunidade. Nossos parceiros canadenses disseram: "Queremos fazer tudo isso". Agora estamos adotando uma abordagem holística para atender às necessidades dos moradores por meio de uma série de Subsídios Globais, começando com um de US$156.000 para fornecer a St. Helene um sistema de água limpa sustentável, e um de US$176.000 para criar uma escola pública que estenderá a educação local até o ensino médio (atualmente termina no sexto ano). Isso não teria acontecido sem a avaliação da comunidade. Teríamos entrado e feito um projeto de água, e esse teria sido o fim. 

4. Que conselho você daria a outros clubes? 

Sigam o guia de avaliação da comunidade encontrado no site Rotary.org. Trabalhei em desenvolvimento imobiliário em Wisconsin por 17 anos, antes de me mudar para Honduras, e eu não estava nada familiarizado com uma avaliação da comunidade. Estava nervoso em fazê-la. Mas o guia nos orienta com diferentes métodos. É algo que nós, rotarianos, podemos fazer sozinhos, e podemos aprender muito fazendo.

• Ilustração de Viktor Miller Gausa. Leia mais histórias como essa na revista The Rotarian.